Insegurança em Pernambuco

José Maria Nóbrega Júnior


 Artigo publicado no Jornal do Commercio em 06 de dezembro de 2016

O crescimento do crime em Pernambuco afeta drasticamente a vida dos seus cidadãos. O prejuízo gerado é muito grande, mudando as rotinas dos indivíduos por causa da insegurança. Com o fracasso da segurança pública, a segurança privada se torna a única alternativa, caríssima, para a mínima garantia dos bens individuais.

Os homicídios apresentaram crescimento de 25% entre 2013 e 2015. Os números saltaram de 3.102 óbitos para mais de 3.800. As taxas de homicídios voltaram a apresentar cifras superiores aos 40 por cem mil habitantes depois de oito anos sem apresentar tal indicador.

O crescimento do crime contra o patrimônio (roubos, furtos, assaltos, arrombamentos etc.), no comparativo 2009/2014, foi de 266 por cem mil habitantes para 678, com 155% de incremento percentual. Em 2015 os crimes patrimoniais apresentaram um recuo de -19% em relação a 2014, com taxa de 544/100 mil, muito mais pela diminuição das ocorrências registradas pela polícia.

O tráfico de drogas cresceu num ritmo alto. Na variação entre 2009 e 2013, as taxas acresceram em mais de 56%. Os crimes patrimoniais crescentes alimentam o tráfico de entorpecentes.

As ações dos governos na pasta da segurança pública podem ser medidas em suas despesas em segurança e no empreendimento em prisões. Os gastos com segurança pública efetuados pelo governo superaram os dois bilhões de reais em 2015. Entre 2009 e 2015 cresceu 56%.

As prisões também foram potencializadas no período, com crescimento percentual de 21,4% entre 2009 e 2014. Já na relação 2013/2014 houve um decréscimo de -13%. Este sistema explodiu em várias rebeliões no decorrer do ano de 2015.

As ações do governo na Segurança Pública foram pífias, mesmo no auge do Pacto Pela Vida. O efetivo policial se manteve praticamente estável em todo o período. O planejamento na área foi incipiente e frágil. Hoje, a realidade de Pernambuco é de insegurança crescente e os crimes de todos os tipos estão em patamares epidêmicos. Ou seja, a segurança pública fracassou por aqui.


José Maria Nóbrega Júnior é cientista político da Universidade Federal de Campina Grande, PB.

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