01 de setembro de 2010 0h 00 Roberto da Matta - O Estado de S.Paulo O PT foi o partido mais ideológico do Brasil. Ele se estruturava em teses socialistas, mas era também banhado por um lado social democrata que se ampliou depois que o Lula virou o "Lulinha paz e amor" e, graças a um marketing genial (a César o que é de César...), penetrou no imaginário dos segmentos elitistas, tornando-se um candidato viável. Pois, como o próprio Lula teoriza com sua conhecida sensibilidade sociológica, pobre não vota em pobre. Hoje, porém, graças ao que ele dramatiza na sua figura, pobre vota em pobre votado e admirado por seus patrões. Foi essa convergência cultural que permitiu a aceitação do operário candidato radical no operário pleno de paz e amor como presidente. No primeiro governo, havia uma herança maldita, mas os fundamentos do sistema econômico implantado com o Plano Real prosseguiram. Depois veio o mensalão que implodiu o PT como partido, promoveu um expurgo e uma ascensão
PhD. Political Science