OPINIÃO Palavra "inferno" acha tradução nos presídios MARCOS FUCHS VALÉRIA BALASSONI GARCIA ESPECIAL PARA A FOLHA Ao implodir a Casa de detenção do Carandiru em dezembro de 2002, o governo de São Paulo sinalizava uma intenção de apagar da memória da população aquele lugar, símbolo do tratamento degradante e cruel ao preso. Depois houve outra iniciativa bem recebida pela sociedade: retirar os presos das celas dos distritos policiais. O local destinado seria os novos CDPs (Centros de Detenção Provisória) da capital. Em 2009, como membros do Conselho da Comunidade de São Paulo, começamos a visitar essas unidades, dentre elas o CDP I de Pinheiros e o CDP da Vila Independência. A palavra inferno acha tradução nesses locais. Além da superlotação, não há assistência jurídica, odontológica e médica suficiente. A sensação é de estar adentrando em um campo de concentração. Cabe ao poder público o dever de adotar medidas urgentes, impedindo que a negligência e a tolerância re
PhD. Political Science