EXPLOSÃO DE VIOLÊNCIA NA VENEZUELA


O Observatório Venezuelano da Violência informa que o número de homicídios no país atingiu novo recorde. Na média, 53 pessoas são mortas por dia. No total, quase vinte mil mortos no ano, computando, claro, apenas os que chegaramao conhecimento das autoridades. A taxa venezuelana, de 67 por 100 mil habitantes, é a mais alta da América Latina. É mais do dobro da taxa colombiana, país marcado pelas guerras da narcoguerrilha, e mais de quatro vezes a mexicana, país também marcada pela violência do narcotráfico. O que deixa os pesquisadores desorientados é que a Venezuela não é um país que produza a pasta, que a refina, nem é um dos grandes exportadores. O governo 
não reconhece a gravidade da situação. No ano passado,o Ministro do Interior, Tarek El Aissami informou o congresso que a taxa era de 48 por cem mil. Já seria alta, mas é bem mais do que ele informou. Por mais simpático que um observador possa ser em relação às reformas sociais de Chávez,a associação estatística com o seu governo é sugestiva. Em 1999, quando Chávez chegou ao poder, houve 4.550 homicídios no país.Hoje são mais de quatro vezes esse total. As explicações passam por quatro tipos de dados com diferentes graus de confiabilidade:
  • em primeiro lugar, é alto o número de armas de fogo;
  • em segundo, a impunidade é alta porque uma percentagem ínfima dos crimes chega à condenação;
  • em terceiro lugar, a polícia não evoluiu tecnicamente e os militares, que não foram treinados para combater o crime, são atores relevantes no débil e incompetente combate ao crime;
  • finalmente, o personalismo chavista significa ausência de padrões eficientes de governo.
É um claro contraste com o que aconteceu na Colômbia e com o que vem acontecendo no Estado de São Paulo (e em muitos municípios paulistas) e, em grau menor e mais recentemente, no Estado do Rio de Janeiro.


Prof. Gláucio Soares

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