Homicídio cai 39% no Recife

Publicado em 03.12.2010

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Comparação foi feita entre 2006 e o intervalo de 12 meses compreendido de dezembro de 2009 a novembro de 2010. As atividades evitaram 398 mortes

João Valadares

jotavaladares@gmail.com

O Pacto pela Vida, programa de segurança pública do governo de Pernambuco, iniciado em maio de 2007, conseguiu reduzir, pela primeira vez, o número de homicídios durante 24 meses consecutivos. No Recife, maior redução registrada entre todas as regiões, o índice de queda ficou em 39,22%. A comparação foi realizada entre o ano de 2006, último da gestão Jarbas/Mendonça, e os 12 meses compreendidos entre dezembro de 2009 e novembro de 2010, já na gestão Eduardo Campos. Nesse período, são 398 vidas poupadas na capital pernambucana. Quando se compara 2010 com os primeiros 11 meses de 2009, a diminuição no Recife é de 17,9%. Em Pernambuco, a queda acumulada durante o programa é de 26,37%. Em relação ao comparativo 2010/2009, o índice é de 13,42%. A meta de redução estabelecida desde o primeiro ano do Pacto é de 12%.

No mês passado, foram registrados 244 assassinatos. É o melhor mês da série histórica desde 1997. Mesmo com os resultados satisfatórios, o secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, anunciou, durante coletiva na manhã de ontem, que a meta de 12% será mantida para o próximo ano. “Não estamos pensando em mexer na meta. Se fomos alterar, será para ampliá-la. Importante lembrar que tivemos reduções em todas as regiões do Estado. Conseguimos salvar 975 vidas em Pernambuco, em relação a 2006.”

Na Zona da Mata, comparando o mesmo período, a diminuição registrada é de 13,7%. “No Agreste, reduzimos 15,34% e, no Sertão, 14,96%”, salientou. A área territorial com o melhor índice, em relação ao ano passado, foi Salgueiro, Sertão. Lá, a redução atingiu 41%.

No Recife, a Várzea, Zona Oeste, conseguiu alcançar uma diminuição de 32%. O comerciante Luiz Juvenal de Andrade, 64 anos, morador da Rua 6 de Março há 18, atesta a mudança ocorrida no bairro. “Agora é muito tranquilo. Aqui já foi muito violento. Nosso problema agora é o esgoto”, disse. Luzinete Vicente Wanderley, vizinha de Juvenal, teve um filho assassinado, na Várzea, há três anos. “Levou um tiro na cabeça e morreu na hora. Ele morava comigo. Pena que as coisas só melhoraram depois.”

A cobrança de resultados, levada a outras áreas do governo, é apontada como um dos fatores decisivos para o sucesso do Pacto pela Vida. Monitoramento de desempenho funciona da seguinte forma: Estado foi dividido em 217 circunscrições. Na capital, uma circunscrição corresponde a um agrupamento de bairros. No interior, elas podem corresponder até a um município inteiro. Cada uma das circunscrições tem um delegado e um oficial da PM como gestores. Esses policiais prestam conta semanalmente sobre os Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) em suas jurisdições.

Acima dos gestores de circunscrições estão os gestores das 26 áreas, que respondem a gerentes de cinco territórios, subordinados ao chefe de Polícia Civil e ao comandante da Polícia Militar. Os dois comandantes se reportam ao secretário de Defesa Social, que responde ao governador. Uma vez por mês, o governador Eduardo Campos comanda uma reunião onde os dados de CVLI de todo o Estado são monitorados.

As áreas que atingem as metas ganham a cor verde. As que registram aumento da violência ficam vermelhas. Desde dezembro de 2009, a Polícia Civil ganhou reforço das chamadas equipes CVLI, compostas por delegado, escrivão e quatro agentes. Eles atuam nas Áreas Integradas de Segurança. São 37 grupos: 15 na Região Metropolitana, exceto na capital, que já é atendida pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), e 22 equipes no interior.

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