VIOLÊNCIA HOMICIDA: MAIS QUE UMA VIDA, UMA MENTE BRILHANTE


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Pesquisa iniciada por Alcides Lins recebe premiação
Publicado em 09.07.2010


Aluno de biomedicina Fernando Baltar continuou trabalho realizado por estudante assassinado sobre doenças hereditárias de doadores de sangue

A pesquisa desenvolvida pelo universitário Alcides do Nascimento Lins, morto aos 22 anos por engano em fevereiro, na Torre, Zona Oeste do Recife, foi premiada. Agora, a descoberta do jovem de família pobre, que conseguiu ingressar no curso de biomedicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), vai ajudar pacientes que sofrem de anemia. O estudante do mesmo curso Fernando Baltar, 20, deu continuidade ao trabalho do colega que morreu e conquistou o primeiro lugar em um prêmio promovido pela Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe).
Como estagiário da Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope) por quase dez meses, Alcides desenvolveu uma pesquisa para identificar doenças sanguíneas hereditárias nos doadores de sangue do Estado. “A partir dos dados que ele levantou, pude organizar as informações necessárias para colocar em prática os métodos”, disse Fernando Baltar.

O trabalho foi apresentado pelo estudante na 14ª Jornada de Iniciação Científica da Facepe e recebeu o primeiro lugar do prêmio Professor Ricardo Ferreira. “Soube na semana passada que ganhei o prêmio. Eu cataloguei tudo que Alcides colheu”, contou.

A pesquisa já trouxe contribuições práticas ao trabalho realizado pelo Hemope. “É muito mais fácil ter uma confirmação do diagnóstico com as informações prévias dos doadores do Estado. Os pacientes que têm anemia serão bastante beneficiados. Estamos também qualificando o método de diagnóstico que temos hoje a partir das informações que obtivemos”, explicou o estudante.

Os biomédicos Betânia Lucena e Marcos André Bezerra atuaram como co-orientadores na pesquisa. Betânia ficou responsável pela parte mais prática. O empenho e a dedicação de Alcides são lembrados pela equipe. “Desde quando chegou aqui ele se destacava nas atividades. Muito empenhado, com força de vontade e estudioso. Toda a parte prática do trabalho foi feita por ele”, lembrou Fernando Baltar.

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