Bolívia, cúmplice do narcotráfico


Por José Maria Nóbrega Jr. – Doutor em Ciência Política UFPE


Nos últimos tempos os governos vem se preocupando em reduzir a criminalidade, controlar os homicídios e esgotar as forças do tráfico de drogas, um dos maiores combustíveis – se não o maior – da criminalidade e da violência. Os governantes se esforçam – como em Pernambuco, que vem tendo um papel importante no controle da criminalidade violenta; e em São Paulo, que vem reduzindo satisfatoriamente seus principais indicadores de violência, sobretudo os homicídios. Contudo, ninguém questiona de onde vem as drogas e, principalmente, como o crack avançou tanto nos últimos cinco anos.
A resposta pode estar em nosso vizinho: a Bolívia.
O governo de Evo Morales foi responsável pelo crescimento da produção da coca na América Latina nos últimos anos. De outro lado, o governo brasileiro – que tem muita proximidade com Morales - vem contribuindo para este crescimento. Financia via BNDES os caprichos do governante andino, que fornece de 80% a 90% da droga consumida aqui no Brasil.
O presidente boliviano fomenta uma produção cocaleira que ultrapassa a necessidade de consumo lícito, como a do chá de coca – ele afirma que o crescimento da produção da coca vai incluir os mais pobres. Mas o que ocorre, na realidade, é que a megaprodução da coca na Bolívia fomenta a produção de droga, sobretudo o crack. Mais de 70% da coca boliviana se transforma em droga. Na cidade de Chepare, reduto eleitoral de Morales, 95% da coca vira droga. Morales quer que 21.000 hectares de terra boliviana sejam utilizados para a produção de coca, frisando, com o financiamento do BNDES.
A Bolívia não tem tecnologia, não tem ciência, e, dessa forma, não tem desenvolvimento e vem nacionalizando/estatizando as indústrias e muitas empresas privadas, inclusive as brasileiras. Um nacionalismo irresponsável. Muitas dessas empresas, incluindo aí a Petrobrás, não são bem administradas pelo incompetente governo boliviano.
O nosso governo, por outro lado, enxerga o vizinho como “parceiro”, mas nem o gás boliviano consegue chegar ao Brasil depois das expulsões dos brasileiros de lá!
O crack consumido nas grandes cidades brasileiras está sendo financiado pelo dinheiro do Brasil, ou melhor, pelo nosso dinheiro! Não adianta combater a criminalidade, de um lado – Eduardo Campos apóia o governo brasileiro, que apóia Morales – se de outro, a droga entra no país de forma mais freqüente pela inábil política externa brasileira. Morales, Chavez, Ahmadinejad, os Castros, etc. não representam o desenvolvimento e o progresso, muito pelo contrário, representa o que há de mais atrasado no mundo contemporâneo. Mas, o nosso governo os trata como “companheiros”.
Dificilmente controlaremos o consumo de drogas e, por sua vez, o tráfico de entorpecentes – combustíveis maiores da criminalidade violenta -, sem contermos o avanço da produção cocaleira na Bolívia. Precisamos abrir os olhos...

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