No Rio, milícias têm representantes no Legislativo




Fsp 24 mar 2010

DA SUCURSAL DO RIO

Grupos criminosos que começaram a se fortificar na década passada, a partir da pioneira favela de Rio das Pedras (zona oeste do Rio), as milícias, mais do que o tráfico de drogas, conseguiram eleger representantes para a Assembleia Legislativa e para Câmaras Municipais na região metropolitana.
Um deles é o ex-deputado estadual Natalino José Gomes Guimarães, condenado no último dia 1º a 15 anos de prisão por formação de quadrilha armada e porte de arma de uso restrito. Com o irmão Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, ex-vereador pelo Rio e também condenado, Natalino é considerado pela Justiça o chefe da principal milícia da capital, a Liga da Justiça. Ambos recorrem da sentença, de primeira instância.
Há dois anos, Natalino, conhecido como Mata Rindo, subiu em palanque do presidente Lula em solenidade na zona oeste, reduto da Liga. Na ocasião, em fevereiro de 2008, ele protestava contra a prisão de Jerominho, ocorrida dois meses antes.
Mesmo preso, Jerominho conseguiu eleger em 2008 a filha Carminha para a Câmara Municipal. Mas ela foi cassada em 2009 pela Justiça Eleitoral por captação ilegal de recursos.
Outro vereador acusado de envolvimento com milícia é o ex-sargento Cristiano Girão (PMN), recentemente expulso do Corpo de Bombeiros e preso em Ponta Porã (MS). Ele seria o chefe dos milicianos de Gardênia Azul, na zona oeste. Girão nega a acusação.
Já o vereador Claudinho da Academia (PSDC) é suspeito de envolvimento com o tráfico de drogas na favela da Rocinha (zona sul), seu reduto eleitoral. Ele, que nega a acusação, foi denunciado pelo Ministério Público Eleitoral em janeiro por suposta coação a eleitores.

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