PF destruiu 1,6 milhão de pés de maconha este ano

O Sertão de Pernambuco continua sendo grande foco de produção intensa de maconha. A PF em operação em dezesseis cidades entre as quais Salgueiro, Belém do São Francisco, Serra Telhada e Afogados da Ingazeira, destrui milhares de pés de maconha. O Sertão vem mostrando crescimento em seus indicadores de C.V.L.I. desde 2006 pelo menos, mas as práticas das polícias combatendo o tráfico pode reduzir tais indicadores. Contudo, os criminosos migram para outras práticas como roubos, assaltos e sequestros.
Com o esfacelamento dos "negócios" ligados à maconha pode estimular o tráfico de crack.
Em matéria publicada pelo JC de hoje:
A Operação Catingueira fez quatro grandes investidas no Sertão, nos meses de fevereiro, maio, agosto e outubro. Com a destruição das lavouras, 549 toneladas da droga deixaram de ser comercializadas
A Polícia Federal (PF) destruiu 413 mil pés de maconha, o equivalente a 137 toneladas, no Sertão de Pernambuco, durante os sete dias da quarta fase da Operação Catingueira, concluída esta semana. Só em 2009, a PF erradicou 1,6 milhão de pés da droga, impedindo que 549 toneladas fossem revendidas por traficantes a usuários.
Sessenta e cinco policiais federais, lotados em Pernambuco e outros seis Estados, participaram da caça a plantações de maconha no Sertão, entre 20 e 27 de outubro. Dezesseis cidades foram vasculhadas, entre as quais estão Salgueiro, Belém do São Francisco, Serra Talhada e Afogados da Ingazeira.
Para localizar as plantações, os agentes utilizaram dois helicópteros. Botes infláveis e jet-skis foram usados para chegar até ilhas do Rio São Francisco. Essa foi a última ação de grande porte contra a maconha promovida pela PF em 2009, quando foram realizadas operações em fevereiro, maio e agosto.
Só na última fase da operação da Polícia Federal foram destruídas 198 plantações. Além disso, foram apreendidos 696 quilos de maconha prontos para o consumo e 6.314 mudas da planta.
A ação resultou na instauração de 102 inquéritos contra traficantes, agricultores e donos das terras. A ajuda do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) foi importante na identificação dos proprietários, que podem perder os terrenos utilizados ilegalmente, por meio de ações expropriatórias impetradas pela Advocacia Geral da União.
A grande quantidade de apreensões de maconha no Sertão do Estado tem desestruturado quadrilhas de traficantes. “A gente percebe que, em virtude das operações, a oferta de maconha está diminuindo. Alguns traficantes acabam migrando para o tráfico de crack, que passou a ter grande incidência no Sertão”, disse o porta-voz da PF, Giovani Santoro. Outros criminosos passaram a fazer assaltos a postos dos Correios e lotéricas.
ALICIAMENTO
O cerco da polícia não é o único problema enfrentado pelos latifundiários da maconha. Os responsáveis pelo plantio, de acordo com a PF, também têm tido mais dificuldades para obter mão de obra.
“Há uma mudança, já que muitos daqueles agricultores humildes que eram aliciados passaram a trabalhar nas obras da transposição do Rio São Francisco, o que mostra que o trabalhador prefere emprego legal”, afirmou Giovani Santoro.
A tática dos traficantes para aliciar agricultores é pagar diárias de até R$ 50, cinco vezes mais do que ganhariam trabalhando em plantações comuns.

O pagamento mais alto é justificado pelo enorme lucro de quem investe no cultivo da droga. O traficante que gasta R$ 20 mil numa roça de maconha consegue colher, aproximadamente, 10 mil pés da droga, o equivalente a três toneladas, avaliadas em R$ 600 mil no atacado.
NÚMEROS DA OPERAÇÃO CATINGUEIRA
413 mil pés de maconha, o equivalente a 137 toneladas da droga foram apreendidos
198 plantações foram destruídas, além de 6.314 mudas e 696 quilos de maconha pronta para o consumo
102 inquéritos policiais foram instaurados
1,6 milhão é o total de pés que foram erradicados este ano, após quatro operações da PF. Com isso, 549 toneladas deixaram de ir para o mercado
16 cidades foram vasculhadas por policiais federais que procuravam plantações de maconha. São elas: Cabrobó, Belém do São Francisco, Orocó, Santa Maria da Boa Vista, Floresta, Inajá, Parnamirim, Manari, Mirandiba, Serra Talhada, São José do Belmonte, Flores, Carnaíba, Carnaubeira da Penha, Salgueiro e Afogados da Ingazeira. Além das ilhas do Rio São Francisco.
65 policiais, dois helicópteros e dois botes infláveis, jet-ski, além de vários carros, foram utilizados na operação.
(Fonte: Polícia Federal)
O alerta do Assessor de Imprensa da PF, Giovani Santoro, é por demais relevante, a maconha reduzida fortalece o mercado de crack. Sabe-se, acompanhando dados da imprensa, que esta droga procede de São Paulo (onde o mercado está sendo sufocado pelas políticas públicas daquele Estado) para abastecer o mercado do tráfico no Nordeste. Pressão no tráfico, sobretudo de crack, parece ser o melhor remédio para a redução da violência em Pernambuco. No entanto, enquanto tivermos consumidores com grande potencial de compra (classe média), dificilmente teremos o mercado erradicado.

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