Os homicídios continuam crescendo no Nordeste e em Pernambuco

José Maria Nóbrega – cientista político, mestre e doutorando pela UFPE, pesquisador do NICC-UFPE

Estão disponíveis os dados do DATASUS sobre o Subsistema de Informação de Mortalidade respectivo ao ano de 2007. Continuando a tendência, o Sudeste vem reduzindo os números absolutos de mortes por agressão enquanto o Nordeste mantém a tendência de crescimento. Os números absolutos em 2006 para a região Sudeste foram de 21.213, no ano de 2007 a queda foi de um pouco mais de 10% nos números absolutos resultando em menos 2.651 mortes por agressão, ou 18.562 assassinatos para uma região bem mais populosa que a região Nordeste.


A tendência do Nordeste é positiva, em 2006 foram 14.412 assassinatos e um incremento de mais de mil assassinatos resultando numa cifra de 15.432 assassinatos em 2007, quase o mesmo número que São Paulo apresentava sozinho em 1999. Hoje este estado da região Sudeste apresenta números bem mais módicos, em 2007 com 6.261 homicídios e menos 1.916 mortes por agressão de 2006 para o ano de 2007.


Pernambuco se destaca e a tendência é positiva contrariando os dados fornecidos pelo governo desse estado. Em 2006 foram 4.470 assassinatos computados pelo SIM, banco de dados bem mais confiável que o sistema da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, que computou 4.638 mortes para o mesmo período, e em 2007 essas mortes foram acrescidas em 86 mortes em relação ao ano anterior, computando 4.556 homicídios.


A tendência se mantendo, o que é bem provável, o Nordeste terá o mesmo quantitativo de mortes por agressão que o da região Sudeste e, possivelmente, superará os números de homicídios dessa região quando os números estiverem consolidados para o ano de 2010. Pelo menos é o que vem apontando a linha de tendência logarítmica aplicada ao gráfico abaixo.


Gráfico: Mortes por agressão regiões Sudeste e Nordeste de 1996 a 2007


Fonte: SIM/DATASUS/MS

Comentários

  1. O trabalho de pesquisa do Dr. José Maria da Nóbrega merece estudo e reflexão. Não partidarismo político do Cientista, mas num trabalho laborioso e bem pesquisado, o nobre Professor explana o índice alarmante da violência no Brasil, e especialmente no Nordeste, com destaque para Pernambuco seu campo de pesquisa "in loco". Os que o lerem não estão lhe prestando nenhum favor, mas uma maneira de aprender e enxergar a realidade. Parabéns, Cientista.

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