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Instituições do sistema de justiça criminal e níveis de democracia: seu alto nível de associação com base no coeficiente de correlação estatística

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Instituições do sistema de justiça criminal e níveis de democracia: seu alto nível de associação com base no coeficiente de correlação estatística (José Maria Nóbrega - Doutor em Ciência Política) As instituições têm um papel determinante para o avanço democrático. Ordem e segurança, garantias institucionais a vida, aos bens e a liberdade de expressão, justiça equânime e igualdade perante às leis, tudo isso é fundamental para a garantia da democracia. A democracia é um modelo de governo no qual há três dimensões básicas: a dimensão eleitoral, a dimensão institucional e a dimensão do accountability horizontal. É o método democrático que só se consolida com regras do jogo claras e respeitadas. Essas regras e códigos de conduta são a base da consolidação democrática. A inefetividade institucional ameaça a estabilidade democrática e isto pode ser visto nos modelos de regimes políticos híbridos. Os regimes híbridos são classificados em zonas marrons semidemocráticas ou semiautoritárias (MAI

A vitória de Trump e o recuo da extrema-esquerda

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  A vitória acachapante de Donald Trump nas eleições presidenciais teve várias causas, mas uma deve ser destacada: a ojeriza de boa parte dos eleitores as ações da extrema-esquerda. A agenda woke de identitarismo, perseguição aos judeus, tolerância a grupos terroristas, enaltecimento ao crime e ao consumo de drogas e militância nas redações dos principais jornais do país impactou no sucesso eleitoral do republicano e já impacta também nas relações internacionais. O Hamas recuou, o Talibã recuou, Putin acenou amistosamente, o mesmo sendo feito pelo líder chinês, e vários outros grupos de extrema-esquerda pelo mundo que viu na eleição de Trump um aviso muito claro: a tolerância ao crime, ao terrorismo, ao tráfico de drogas, ao comportamento deliquente e a intolerância identitarista será zero. Outro aspecto importante está no recuo dentro da academia, das universidades, estas permeadas por gramscianos exaltados e catastróficos. A narrativa desse pessoal na qual a eleição de atores polític

Taxas de mortes violentas intencionais, gastos em segurança pública, crimes contra o patrimônio, facções criminosas e ocorrência por tráfico na Paraíba

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  Taxas de mortes violentas intencionais, gastos em segurança pública, crimes contra o patrimônio, facções criminosas e ocorrência por tráfico na Paraíba JOSÉ MARIA NÓBREGA - DOUTOR EM CIÊNCIA POLÍTICA PELA UFPE, COORDENADOR DO NEVCrim/UFCG, PROFESSOR ASSOCIADO UFCG   As Mortes Violentas Intencionais (MVIs) são a soma dos homicídios dolosos, das mortes decorrentes de agressão, das mortes de policiais, das mortes decorrentes de intervenção policial e dos latrocínios. Na Paraíba, este indicador sofreu uma redução no comparativo 2022/2023. Os roubos/furtos de celulares cresceu em quase 30%; as facções criminosas impactam decisivamente na criminalidade ainda não controlada no estado. Estes são alguns pontos que serão tratados nesta pequena abordagem empírica dos dados disponibilizados no Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 2024. MORTES VIOLENTAS INTENCIONAIS As mortes violentas intencionais (mvis) são a soma dos homicídios dolosos, latrocínios, lesão corporal seguida de morte, policia

Taxas de mortes violentas intencionais, gastos em segurança pública, crimes contra o patrimônio, facções criminosas e ocorrência por tráfico em Pernambuco

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  Taxas de mortes violentas intencionais, gastos em segurança pública, crimes contra o patrimônio, facções criminosas e ocorrência por tráfico em Pernambuco   JOSÉ MARIA NÓBREGA - DOUTOR EM CIÊNCIA POLÍTICA PELA UFPE, COORDENADOR DO NEVCrim/UFCG, PROFESSOR ASSOCIADO UFCG   Em Pernambuco a criminalidade está descontrolada. Os crimes contra o patrimônio e contra a vida cresceram entre 2022 e 2023 (dados consolidados). Os roubos/furtos de celulares cresceu 16% e as taxas de assassinatos 6,2%, sendo a taxa do ano de 2023 quase o dobro da média nacional e acima da média regional. As facções criminosas impacta decisivamente nessa criminalidade descontrolada. São várias facções que potencializam a criminalidade no estado sem a devida contrapartida das instituições coercitivas para o seu controle. Os gastos em segurança pública ultrapassam os 3.3 bilhões de reais, mas é mal distribuído. Analisando alguns dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 2024, temos alguns diagnósticos: MORTES

Alta criminalidade e baixa capacidade estatal

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 José Maria Nóbrega - doutor em ciência política pela UFPE Com a morte de um delegado da polícia civil com mais de trinta anos de serviços prestados, em um assalto em São Paulo praticado por um criminoso com várias passagens pela polícia e em prisão domiciliar, fica mais que escancarada a falência das instituições brasileiras. Nós temos um dos piores sistemas de justiça criminal do mundo. Um judiciário caro, burocrático, inacessível, ineficiente e inefetivo. A lei no Brasil é inefetiva e não molda as ações dos atores criminosos, só as dos indivíduos que seguem as regras. Não é apenas retórica, é teoria e empiria. A teoria política contemporânea define um regime democrático como aquele que, além do sistema representativo regulado e institucionalizado, tem um estado de direito usável pela maioria da população. Esse estado de direito consta de uma institucionalidade na qual:  1. Todas as leis devem ser Prospectivas, públicas e claras; 2. As leis  devem ser relativamente estáveis; 3. A fei

Crime organizado, corrupção e a inefetividade da lei no Brasil

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  Crime organizado, corrupção e a inefetividade da lei no Brasil   José Maria Nóbrega - doutor em ciência política UFPE Entendemos crime organizado como um conceito que pode ser definido minimamente com os seguintes critérios: 1. grupo composto por pessoas conduzido hierarquicamente; 2. uso frequente de violência física e/ou psicológica; 3. planejamento estratégico com base em tomadas de decisão racionalizadas e otimizadas; 4. com o fim de lucrar em atividades ilícitas; 5. com a presença constante de atores estatais sejam eles funcionários públicos ou políticos. A corrupção é o desvio do funcionário público em relação a sua função, é a venda de seu serviço de forma ilegal, e em alguns casos até criminosa, para um terceiro com o fito de lucrar financeiramente com essa atividade. A corrupção é uma força motriz do crime organizado. A inefetividade da lei ocorre com a baixa performance institucional da capacidade estatal em seu componente legal e coercitivo. O “Estado Legal”, segundo O´Don