A vitória de Trump e o recuo da extrema-esquerda

 


A vitória acachapante de Donald Trump nas eleições presidenciais teve várias causas, mas uma deve ser destacada: a ojeriza de boa parte dos eleitores as ações da extrema-esquerda. A agenda woke de identitarismo, perseguição aos judeus, tolerância a grupos terroristas, enaltecimento ao crime e ao consumo de drogas e militância nas redações dos principais jornais do país impactou no sucesso eleitoral do republicano e já impacta também nas relações internacionais.

O Hamas recuou, o Talibã recuou, Putin acenou amistosamente, o mesmo sendo feito pelo líder chinês, e vários outros grupos de extrema-esquerda pelo mundo que viu na eleição de Trump um aviso muito claro: a tolerância ao crime, ao terrorismo, ao tráfico de drogas, ao comportamento deliquente e a intolerância identitarista será zero.

Outro aspecto importante está no recuo dentro da academia, das universidades, estas permeadas por gramscianos exaltados e catastróficos. A narrativa desse pessoal na qual a eleição de atores políticos como Trump e Bolsonaro é um risco à democracia também está em meio a este pacote da extrema-esquerda. Só é democrático quando um democrata ganha, no caso dos Estados Unidos, e com a eleição de um ator político de direita (para a extrema-esquerda o opositor é sempre um anti-democrata e põe em risco à democracia) a crise da democracia se instala, é uma narrativa falsa e tendenciosa. Tal afirmação é anti-científica (não é comprovada pela ciência política) e não encontra respaldo na análise comparada.

A ameaça à democracia existe onde as instituições do Estado são frágeis tal como respalda os economistas Daron Acemoglu e James Robinson. As nações são pobres pelo seu fracasso institucional no qual as elites políticas são extrativistas, ou seja, criam regras para o seu próprio enriquecimento jogando na miséria os seus cidadãos. A democracia nos Estados Unidos é forte porque forte são as suas instituições.

A democracia norte-americana é forte por respeitar os mecanismos institucionais que foram instalados desde a sua criação com as normas eleitorais que foram capazes de evitar a tirania, conforme nos ensina O Federalista (Madison, Hamilton e Jay). As eleições ocorrem há séculos, são descentralizadas e respeita o princípio do federalismo, que é forte. Não há justiça eleitoral e o judiciário não é voluntarioso como o do Brasil. Não existem figuras pérfidas dentro do poder judiciário como nós encontramos na nossa suprema corte. A inteferência de um poder sobre o outro é vista como usurpação pelas instituições americanas que possuem forte desenho institucional que evita a tirania de quem quer que seja.

A vitória de Trump é uma reação da sociedade norte-americana ao extremismo da esquerda radical, a conjuntura internacional de guerras na qual os democratas foram (e são) incompetentes para lhe dar, e a possível recessão econômica que esse estado de coisas pode causar. Uma reação ao crescimento da criminalidade e da violência provocada por usuários de drogas e cracolândias formadas em várias partes do país.

Muito provavelmente, isso se tornará uma tendência mundial. Aqui na América Latina, onde a inefetividade da lei e a fragilidade das instituições são características fortes das semidemocracias aqui instaladas, não será diferente. O recuo da extrema-esquerda se viu na derrota acachapante também nas eleições subnacionais do Brasil. O centro e a direita foram os vitoriosos. A extrema-esquerda recuou e se tornou minúscula mostrando ao governo brasileiro que as pautas que ele defende pode levá-lo a derrota parecida com a dos democratas nos Estados Unidos. A sua agenda woke decadente, radical e conivente com a criminalidade não é aprovada pela maioria dos eleitores do Brasil.

A vitória de Trump é um sinal positivo para o fortalecimento da democracia e não o contrário. A crise da democracia é apenas uma narrativa falsa de cientistas políticos mal intencionados, compromissados com a extrema esquerda.

José Maria Nóbrega - Doutor em Ciência Política

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