Número de homicídios em SP cai 5,9% em novembro

26/12/2011 - 17h44

MARIANA DESIDÉRIO

DE SÃO PAULO

RAPHAEL SASSAKI

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Atualizado às 21h01.

O número de homicídios no Estado de São Paulo caiu em novembro deste ano, em comparação com novembro de 2010. No ano passado foram 376 casos, contra 354 neste ano --uma queda de 5,9%. A redução acontece após cinco meses de alta.

Na comparação entre os períodos de janeiro a novembro, a queda no número de homicídios foi de 4% --foram 3.945 em 2010 e 3.789 em 2011. A redução dos homicídios é liderada pela capital paulista, que registrou 180 casos a menos de janeiro a novembro, na comparação com o mesmo período do ano passado. Uma diminuição de 16,3%.

Os dados oficiais da violência do Estado foram divulgados nesta segunda-feira pela SSP (Secretaria da Segurança Pública).

Já o número de latrocínios (roubos seguidos de morte) no Estado subiu 15,6% nos primeiros 11 meses de 2011, em comparação com o mesmo período do ano passado --de janeiro a novembro de 2010 foram 231 casos e, em 2011, 267. O número já é maior do que todo o acumulado de 2010, que teve um total de 253 latrocínios.

A secretaria não divulgou os números de latrocínios de novembro de 2010 e por isso não é possível comparar os dados por mês.

O latrocínio não foi o único crime com alta em 2011. Furtos, roubos, furtos de veículos e roubos de veículos também subiram na comparação com 2010.

Roubo de veículos foi o crime que mais aumentou --subiu 19,5% na comparação de novembro de 2010 para novembro de 2011. Em 2010, novembro teve 5.973 casos. Em 2011 foram 7.139. No acumulado dos 11 primeiros meses do ano, o aumento foi de 14,6% --passou de 63.138 para 72.383.

Os furtos de veículos tiveram leve aumento na comparação entre novembro de 2010 com novembro de 2011 --0,4%: com um aumento de 34 casos. No acumulado do ano, a alta foi de 4,4%, com 4.137 casos a mais.

Os roubos em geral (exceto os de veículos) tiveram aumento de 1,2% em novembro e de 1,3% no acumulado do ano.

Já os furtos em geral (exceto os de veículos) tiveram aumento significativo. Na comparação de novembro de 2010 com novembro de 2011 o número de casos subiu 8%. No acumulado dos primeiros 11 meses de cada ano o aumento foi de 7,5%.

Para o delegado-geral da Polícia Civil, Marcos Carneiro Lima, a queda crescente no número de homicídios se deve às mudanças na legislação. "É um processo que teve diversos atores neste período, mas uma coisa fundamental é que a arma de fogo foi criminalizada, isso possibilitou que em um período de 11 anos quase 400 mil armas fossem tiradas de circulação. A arma é o vetor do crime", disse.

Já o comandante-geral da Polícia Militar, tenente-coronel Álvaro Camilo, disse que o principal fator foi a modernização da PM. "A policia começou a trabalhar com melhor gestão e mais investimento governamental. Na década de 90 faltavam coletes, pistolas e armamentos próprios, faltava combustível para as viaturas. Esse investimento resultou numa melhora do trabalho de inteligência da polícia", disse Camilo.

ESTATÍSTICAS

A Secretaria da Segurança Pública passou a divulgar, em abril deste ano, as estatísticas criminais mensalmente e por distrito policial --antes, eram divulgados apenas por cidades, de três em três meses.

A mudança de orientação ocorreu após reportagem da Folha mostrar que o sociólogo Túlio Kahn, que foi por muitos anos responsável pela coordenação das estatísticas criminais, mantinha uma empresa que comercializava estudos com base nelas.

Publicamente, Kahn defendia o sigilo do mapa da violência por distritos, sob o argumento de que, se tornados públicos, os dados poderiam desvalorizar imóveis em regiões específicas.

Kahn afirma que jamais violou o sigilo dos dados criminais, mas foi afastado de suas funções por Alckmin.

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