João Pessoa, em dez anos, saiu da 15a colocação para a 2a posição entre as capitais mais violentas do Brasil
Houve um incremento de 114% nas taxas de homicídios na capital paraibana, uma verdadeira explosão da violência.
Qualquer análise de dados, mínima, demonstra que o avanço da taxa é linear e contínuo a partir de 2004, como mostra o gráfico abaixo:
Taxas de homicídios (mortes por agressão/SIM/DATASUS) - período 2000 a 2009*
* Cálculo das taxas Nóbrega Jr. (2011), baseado nos números absolutos de
mortes por agressão (X85-Y09) por residência.
mortes por agressão (X85-Y09) por residência.
A maioria desses assassinatos envolve jovens recrutados para o tráfico de drogas, como agentes e/ou consumidores, e também como potenciais consumidores de álcool, e com vida noturna intensa. Tem entre 20 e 29 anos de idade, do sexo masculino. Muitos assassinatos ocorrendo nos finais de semana à noite, o que reforça o envolvimento com drogas e álcool.
A capital paraibana é o principal termômetro para a avaliação do crescimento da violência na Paraíba. Não sendo novidade a explosão desse fenômeno a mais de dez anos.
Vejamos o confronto entre as duas tabelas abaixo:
Tabela 1. Taxas de Homicídios Capitais Brasileiras - 2000*
* Cálculo das taxas Nóbrega Jr. (2011), baseado nos números absolutos de
mortes por agressão (X85-Y09) por residência.
mortes por agressão (X85-Y09) por residência.
João Pessoa aparece na décima quinta posição entre as capitais mais violentas, com uma taxa de 31,94/100 mil habitantes, em 2000.
Tabela 2. Taxas de Homicídios Capitais Brasileiras - 2010*
CAPITAIS | RANKING TAXA 2010 |
1. Maceió | 98,20 |
2. João Pessoa | 68,41 |
3. Belém | 63,87 |
4. Salvador | 57,25 |
5. Vitória | 47,28 |
6. Manaus | 46,94 |
7. Porto Velho | 46,90 |
8. Macapá | 45,45 |
9. São Luís | 44,93 |
10. Curitiba | 43,38 |
11. Recife | 42,72 |
12. Fortaleza | 42,53 |
13. Cuiabá | 39,19 |
14. Porto Alegre | 32,42 |
15. Brasília | 30,38 |
16. Goiânia | 30,18 |
17. Belo Horizonte | 29,93 |
18. Natal | 29,23 |
19. Boa Vista | 28,84 |
20. Aracaju | 27,48 |
21. Rio Branco | 27,08 |
22. Teresina | 24,93 |
23. Campo Grande | 22,36 |
24. Florianópolis | 21,84 |
25. Rio de Janeiro | 21,31 |
26. Palmas | 19,70 |
27. São Paulo | 13,24 |
* Cálculo das taxas Nóbrega Jr. (2011), baseado nos números absolutos
de mortes por agressão (X85-Y09) por residência.
de mortes por agressão (X85-Y09) por residência.
Em dez anos, João Pessoa saltou da décima quinta posição para a segunda colocação entre as capitais mais violentas do país. O crescimento se deve a vários fatores. A começar pela falta de políticas públicas em segurança. Falta planejamento, dados, informação, inteligência e formação para os policiais da Paraíba. Há pessoas competentes nas instituições de segurança estadual, contudo, a estrutura institucional atrapalha o bom andamento do serviço, que vai depender de atores políticos motivados.
Outro ponto, refere-se ao próprio crescimento da renda per capita dos pessoenses. A melhoria na qualidade de vida, sem o aparato estatal trabalhando conforme as regras democráticas, potencializa as agressões, como os roubos, furtos, brigas, homicídios, latrocínios e conflitos em geral.
Uma terceira via, é o processo migratório Sudeste-Nordeste da criminalidade (organizada, violenta e desorganizada). A melhoria do aparato coercitivo estatal naquela região motivou a imigração de atores sociais ilícitos para o Nordeste. Salvador, João Pessoa, Maceió, Aracaju, Fortaleza e Recife, vem sendo lugares atrativos para a prática de tráfico de drogas e outros crimes que resultam no crescimento dos assassinatos e acertos de contas.
Dessa forma, mostra-se fundamental para o controle da variável homicídios, políticas públicas em segurança. Isto aparece como fator determinante para o controle da violência. Se nos determos apenas em políticas preventivas, sem levar em conta que a pena deve ser um custo elevado ao ofensor em potencial, dificilmente haverá controle daquela variável (homicídios) a curto ou no médio prazo.
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