Homicídios caem em 41% em São Paulo
Índice cai mais e SP deixa de ter epidemia de homicídios
Após 15 anos, Estado registra menos de 10 assassinatos por 100 mil habitantes
ROGÉRIO PAGNAN
EVANDRO SPINELLI
EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO
Após 15 anos, Estado registra menos de 10 assassinatos por 100 mil habitantes
Homicídios dolosos por 100 mil habitantes, que chegaram a 35,3 em 1999, estão em 9,9; latrocínio aumentam
Folha de São Paulo
ROGÉRIO PAGNAN
EVANDRO SPINELLI
EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO
Depois de uma série histórica de 15 anos, São Paulo não tem mais uma epidemia de homicídios dolosos. Segundo dados divulgados ontem pelo governo, nos últimos 12 meses o Estado teve 9,9 assassinatos para cada grupo de 100 mil habitantes.
Com isso, atingiu o considerado tolerável pela OMS (Organização Mundial de Saúde). Para o órgão, o índice acima de 10 assassinatos por 100 mil habitantes é considerado fora de controle.
É a primeira vez que isso ocorre desde 1996, quando os números passaram a ser divulgados pelo Estado. Em 1999, o índice chegou 35,3.
"Sempre foi um sonho nosso atingirmos a meta da OMS. O Brasil tem índice de 25,4", disse o governador Geraldo Alckmin (PSDB). "É um exemplo para o Brasil (...) de que é possível, sim, reduzir os índices de criminalidade."
A redução dos homicídios no Estado foi puxada, em parte, pela queda dos assassinatos na capital, que foi de 41% no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período de 2010. Incluindo as outras cidades, diminuição é de 19%.
Mesmo assim, foram 4.088 casos de homicídios nos últimos 12 meses, 11 por dia.
Se a queda da violência na capital fosse a mesma do resto do Estado -8,96%-, São Paulo continuaria na zona epidêmica de homicídios.
OUTROS ÍNDICES
Assassinato é o principal indicador de violência, mas não é o único. Outros índices tiveram crescimento, como roubo de veículos, que teve alta de 8,5%, furto de veículos (7,7%) e latrocínio, o roubo seguido de morte (2,7%).
Ontem também foi a primeira vez que foram divulgados os dados da violência mês a mês e por delegacia.
Números mostram que a região mais violenta da capital é formada pelos DPs Parque Santo Antônio, Campo Limpo e Capão Redondo (zona sul). Dos 220 assassinatos no primeiro trimestre, 31 deles foram nesse triângulo.
O governo decidiu abrir os dados por DPs, que antes eram considerados sigilosos, após a revelação pela Folha, em 1º de março, de que um integrante da cúpula da Segurança vendia estudos com essas informações. Esses dados não são proporcionais à população. O governo não informa quantos moradores existem em cada um dos DPS -por isso não é possível fazer ranking proporcional.
O comandante da PM, Álvaro Camilo, e chefe da Polícia Civil, Marcos Carneiro Lima, dizem que a divulgação ajudará a população a cobrar por melhores serviços.
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