Eles odeiam indivíduos e, no fundo, passam a mão na cabeça dos assassinos

Opinião

POSTADO ÀS 12:57 EM 09 DE Abril DE 2011

Por Reinaldo Azevedo, em seu blog

Eu não posso crer que Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo e, sobretudo, José Sarney não tenham assistido “O Poderoso Chefão”, de Coppola. No filme três, Michael Corleone manda um de seus homens assassinar um rival. O pretexto da visita, claro, são os “negócios”. O sujeito chega e é rigorosamente revistado pelos capangas do outro. Tudo limpo. A conversa segue meio tensa. De súbito, o enviado de Michael se levanta, arranca os óculos do outro, quebra a haste e lhe enfia na carótida. Feito! Nas mãos de um psicopata ou de um assassino contumaz, até a Bíblia pode ser uma arma mortal. A depender da edição, pega-se o livro e se esmaga o crânio de terceiros.

O que a tragédia do Rio tem a ver com a venda de armas? Nada! Absolutamente nada! Então por que essa conversa?

Bem, meus caros, há dois motivos principais: um é raso; o outro, mais profundo. 1) É preciso dar alguma resposta, qualquer uma, mesmo a mais imbecil. 2) Essa proposta de proibir venda legal de armas, que nasce na cabeça dos esquerdopatas (e é adotada por Sarney), revela o apreço que essa gente tem pelos indivíduos: ZERO!

Nós, que acreditamos em responsabilidade individual, atribuímos a tragédia do Rio a quem perpetrou a tragédia no Rio, ora essa: aquele psicopata! Foi ele! Os tarados da sociologia, no entanto, pretendem que um ato como aquele seja a culminância de um processo, entendem? O que há de mais fabuloso nessa visão é, que no limite, o próprio rapaz não seria culpado pelo que fez. Ele também seria a vítima de um ambiente.

Esse é o mundo encantado da esquerda. À parte os culpados de sempre — daqui a pouco aparece alguém para dizer que isso tudo se deve ao “discurso truculento” da direita!!! —, ela não acredita em indivíduos nem para protegê-los nem para condená-los. Está sempre lidando com “categorias”.

Não acredita para protegê-los quando, por exemplo, dá uma banana para a propriedade privada e estimula movimentos de invasão de terra — ou protege invasores, como faz o governo federal. O indivíduo que se dane; o movimento social tem precedência! Não acredita para condená-los quando atribui, por exemplo, toda e qualquer violência — seja a da bandidagem, seja a de um psicopata — a um “processo”, às “culpas da sociedade”.

O Brasil só tem um criminoso de verdade, perseguido implacavelmente, que está sempre no banco dos réus: é aquele coitado de classe média que luta pra ganhar a vida, que paga impostos e que não gosta muito dessas coisas. Sempre haverá um “colunista progressista” para chamá-lo de reacionário e acusá-lo de ignorar os altos desígnios do povo.

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