INEFICÁCIA INSTITUCIONAL
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PF x Polícia Civil
Tiros, agente morto e outro ferido
Publicado em 06.01.2011, Jornal do Commercio
Para cúpulas das polícias, morte de agente federal em tiroteio foi uma fatalidade
Eduardo Machado
eduardomaxado@gmail.com
Fontes extraoficiais dão conta que o revólver calibre 38 do agente Jorge Washington Cavalcanti foi entregue pela Polícia Civil à PF com um cartucho deflagrado. O secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, declarou que a viatura do Denarc também teria perfurações de bala.
PF x Polícia Civil
Tiros, agente morto e outro ferido
Publicado em 06.01.2011, Jornal do Commercio
Para cúpulas das polícias, morte de agente federal em tiroteio foi uma fatalidade
Policiais civis balearam dois agentes federais durante ação para capturar receptadores de drogas. Dois inquéritos foram abertos para esclarecer tragédia
Eduardo Machado
eduardomaxado@gmail.com
Uma campana feita por policiais federais para capturar receptadores de drogas, na manhã de ontem, no Curado, Zona Oeste do Recife, acabou em tragédia. Os agentes federais Jorge Washington Cavalcanti, 57 anos, e Silvio Romero Moury Fernandes dos Santos, 40, foram confundidos com bandidos e baleados por policiais civis do Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc). Jorge Washington morreu no local e Moury está internado no Hospital da Restauração.
Os policiais federais haviam prendido um traficante no Terminal Integrado de Passageiros (TIP), minutos antes. Wagner Alves do Nascimento, 24, chegava de Fortaleza com 17 quilos de pasta-base de cocaína, quando os agentes o abordaram. Ele contou que ao desembarcar no Recife iria pegar um táxi e entregar a droga a um receptador, na BR-232. Jorge Washington e Moury convenceram o taxista João Farias a levá-los, com o preso, até o ponto de encontro. Outros três policiais federais, em dois carros iriam dar cobertura.
Chegando ao local combinado entre os traficantes, os agentes federais no táxi foram surpreendidos por três policiais civis do Denarc. Segundo o taxista, os policiais civis não deram voz de prisão. Aproximaram-se atirando.
Jorge Washington recebeu disparos na cabeça e no tórax. Caiu no chão, ao lado do táxi. Moury, atingido na barriga, conseguiu correr para uma mureta e se proteger. Mesmo ferido, ele ainda efetuou disparos. Um segundo carro da Polícia Civil, onde estaria o delegado Marcelo Ferraz e um quarto agente, chegou ao local em seguida.
Um dos agentes federais que davam cobertura também foi recebido à bala ao tentar ajudar os colegas. O Astra preto onde ele estava foi atingido por dois tiros.
Somente quando policiais federais no segundo carro intervieram, os tiros cessaram. Após descobrir que os ocupantes do táxi eram da PF, a equipe do Denarc recolheu o revólver de Jorge Washington e deixou o local da ocorrência, sem prestar socorro aos baleados.
Jorge Washington ainda foi levado para o Hospital Getúlio Vargas. Os médicos apenas constataram que não havia nada a ser feito.
Silvio Romero Moury Fernandes passou por uma cirurgia no Hospital da Restauração e se recupera do ferimento no abdome. Segundo a assessoria de comunicação da PF, ele não corre risco de morte.
Para o presidente do Sindicato dos Policiais Federais em Pernambuco, Marcelo Pires, o que ocorreu foi uma operação desastrada da Polícia Civil. “Chegaram atirando contra nossos colegas. Se eles tivessem agido dentro do que prevê o procedimento policial, tudo seria esclarecido e ninguém sairia ferido. O pior é que, depois de tudo, ainda descaracterizaram o local do crime e foram embora sem prestar socorro”, avaliou Pires.
Fontes extraoficiais dão conta que o revólver calibre 38 do agente Jorge Washington Cavalcanti foi entregue pela Polícia Civil à PF com um cartucho deflagrado. O secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, declarou que a viatura do Denarc também teria perfurações de bala.
Tanto a Polícia Federal, quanto a Polícia Civil asseguram que as duas equipes de policiais desenvolviam investigações oficiais de combate ao narcotráfico no momento da ocorrência.
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