Polêmica, ethos autoritário e deseducação

No debate ocorrido algumas horas atrás (e que será reprisado mais tarde, às 23h) no programa de Geraldo Freire, na Rádio Jornal, impressionou a polêmica gerada em torno de minha fala.

Um ethos autoritário intrínseco na sociedade brasileira pôde ser visto nas palavras - perto da obscenidade - geradas pelos ouvintes do programa do grande comunicador permambucano.

Esse ethos pode ser explicado pela fragilidade extrema de nosso aparato educacional. Resultado: povo deseducado!

Abaixo, destaco trecho de parte de minha fala a respeito do que enxergo hoje na cidade maravilhosa.

"O que a gente vê no Rio de Janeiro é uma patologia social, uma verdadeira brutalização das relações sociais.

O problema não é a renda, nem a pobreza e desigualdade; mas um verdadeiro apartheid social, onde as regras, as leis do estado, são aplicadas conforme a geografia social.

Nos condomínios há uma regra - esta constitucional, onde a presunção de inocência e o mandado judicial operam, existem! Ali, o Brasil formal.

Nas favelas outra regra - prevalece a inconstitucionalidade, a base de tratamento hierárquico e piramidal, onde os tanques das Forças Armadas e as forças de elite das polícias impõem, pelo medo e terror, o poder coercitivo desmedido, sem direitos, anti-demorático, desprovido de razão. Se já não bastassem os desmandos dos traficantes e das milícias. Nesse lugar, o Brasil real.

O crime organizado no Rio de Janeiro, o tráfico, não está apenas adentrado às favelas em sua geografia idiossincrática, mas, e sobretudo, dentro das suas instituições políticas e públicas, nas três esferas do poder, na polícia, nos agentes da lei".

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