Assembleia Legislativa divulga nota de repúdio contra Gil Teobaldo


POSTADO ÀS 14:53 EM 18 DE Maio DE 2010

Durante audiência pública sobre o aumento da violência contra a mulher em Pernambuco, na manhã de hoje, os participantes aprovaram nota de repúdio contra o advogado Gil Teobaldo, por proposta da deputada Terezinha Nunes, que solicitou o encontro à Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher.

Teobaldo vem defendendo que o filho, José Ramos Lopes Neto, matou a mulher, Maristela Just, para proteger sua honra, chegando a declarar que se não matasse não comeria mais à sua mesa.

O machismo foi uma das questões discutidas, no encontro, que reuniu integrantes do governo, do Ministério Público e da sociedade civil. Para a secretária estadual da mulher, Cristina Buarque, e o promotor do MPPE João Maria Rodrigues, embora a cultura machista ainda esteja arraigada, a violência doméstica tem diminuído. “O que está havendo é um aumento da participação da mulher em crimes como o tráfico e maior número de denúncias”, afirmou a secretária, que reconheceu não dispor de números para fazer tal comparativo.

“As estatísticas indicam que ocorreram 277 assassinatos de mulheres em 2007; 279 em 2008 e 290 em 2009, um aumento de 5%”, observou a deputada Terezinha Nunes. “Se não temos certeza sobre os motivos desses
números estarem crescendo, sugiro a realização de um estudo comparativo”.

O cientista político, sociólogo e professor da Universidade Federal José Maria Nóbrega, foi enfático quanto a necessidade de um amplo estudo. “A literatura indica que 70% dos homicídios contra a mulher são provocados por pessoas próximas, a maioria após várias agressões. Tenho tentado estudar os inquéritos, pois dados sem variáveis não servem para nada, mas o governo não os disponibiliza. O fato é que o Estado é incompetente para enfrentar esse assunto e o tem negligenciado”, acusou.

Representando o Fórum de Mulheres de Pernambuco, Ana Bosch reforçou as críticas, afirmando que não existe comunicação sobre o que está sendo feito em termos de políticas públicas sobre as mulheres. “Muitas vezes sabemos das coisas pela imprensa e quando vemos é tudo fachada. O conselho estadual da mulher tem o direito de participar, mas acham que se questionamos somos inimigos. Há meses encaminhamos um pedido de informação a vários órgãos e não somos respondidos, quando deveríamos estar todos trabalhando juntos”, disse irritada. Outros participantes da platéia também destacaram a necessidade de interação entre órgãos governamentais e entidades civis.
disponível em: http://jc3.uol.com.br/blogs/blogjamildo/canais/noticias/2010/05/18/assembleia_legislativa_divulga_nota_de_repudio_contra_gil_teobaldo_71072.php

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