BAHIA, um estado extremamente violento
Reproduzo matéria da Agência A Tarde que saiu no Jornal do Commercio de hoje, 19.02.10.
A Bahia vem apresentando números cada vez mais elevados de homicídios, amanhã colocarei uma análise sobre esses números.
» BAHIA
PMs suspeitos de executar 14 pessoas
Publicado em 19.02.2010
Polícia Civil e promotores investigam o envolvimento de PMs em matança ocorrida em Vitória da Conquista em 28 de janeiro depois do assassinato de policial
Agência A Tarde
VITÓRIA DA CONQUISTA (BA) – O Ministério Público da Bahia investiga o envolvimento de policiais militares na execução de 14 pessoas e desaparecimento de três adolescentes no município de Vitória da Conquista. Segundo o procurador-geral de Justiça, Lidivaldo Brito, o MP “já tem elementos para assegurar que realmente houve uma operação policial, com a participação de diversos policiais”.
A matança teria ocorrido em uma operação não autorizada, com o objetivo de vingar a morte do PM Marcelo Márcio Lima Silva, 32 anos, assassinado em 28 de janeiro com um tiro na nuca quando passava pelo bairro do Alto da Conquista, na garupa de uma motocicleta. A ação foi praticada por um suposto grupo de extermínio nas mesma noite do crime.
Brito informou que muitas testemunhas reconheceram alguns dos membros da gangue. Para comprovar a participação dos policiais militares nos crimes, a força-tarefa vai solicitar exames periciais, comparação balística e exumação dos corpos. Também não está descartada a requisição de armas utilizadas por PMs lotados no 9º Batalhão, onde o soldado morto era lotado há dois anos.
As identificações dos supostos policiais teriam sido facilitadas porque, segundo moradores do Alto da Conquista, os homens não se preocuparam em esconder o rosto e alguns estavam com a farda da PM. “Os homens chegaram usando fardas da PM, arrebentando as portas e tirando os meninos de casa, durante a madrugada”, contou parente de uma vítima. “Outros entraram no bairro e chegaram às casas em carros particulares e viaturas padronizadas”, reforçou o procurador-geral.
TORTURA
Durante a operação clandestina, pessoas foram torturadas para informar sobre amigos, parentes ou integrantes da quadrilha de Jararaca, adolescente de 17 apontado como autor da morte do PM. Mesmo sem passagens pela polícia, mas apontados como pessoas ligadas ao suspeito, os policiais teriam colocado em porta-malas de veículos Mateus de Jesus Santos e Vanessa Santos Morais, ambos de 14 anos, Jocafre Marques Souza, 17, e Ozéias Belas de Oliveira, 15. Os três primeiros continuam desaparecidos. Ozéas, morto a tiros, teve o corpo localizado perto da BA-265. “Vamos apurar os desaparecimentos, as mortes e concluir as investigações o mais rápido possível”, disse Lidivaldo Britto.
Sete promotores vão acompanhar as apurações da força-tarefa da Polícia Civil e o andamento da investigação interna da PM. O grupo esteve no município esta semana e retornou a Salvador ontem.
Os trabalhos terão apoio da Procuradoria-Geral da República, por meio do procurador-chefe na Bahia, Danilo Dias, que não descarta a federalização das investigações.
Em nota-manifesto, o Conselho de Segurança de Vitória da Conquista (Coseg) condenou as acusações a PMs.
A Bahia vem apresentando números cada vez mais elevados de homicídios, amanhã colocarei uma análise sobre esses números.
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PMs suspeitos de executar 14 pessoas
Publicado em 19.02.2010
Polícia Civil e promotores investigam o envolvimento de PMs em matança ocorrida em Vitória da Conquista em 28 de janeiro depois do assassinato de policial
Agência A Tarde
VITÓRIA DA CONQUISTA (BA) – O Ministério Público da Bahia investiga o envolvimento de policiais militares na execução de 14 pessoas e desaparecimento de três adolescentes no município de Vitória da Conquista. Segundo o procurador-geral de Justiça, Lidivaldo Brito, o MP “já tem elementos para assegurar que realmente houve uma operação policial, com a participação de diversos policiais”.
A matança teria ocorrido em uma operação não autorizada, com o objetivo de vingar a morte do PM Marcelo Márcio Lima Silva, 32 anos, assassinado em 28 de janeiro com um tiro na nuca quando passava pelo bairro do Alto da Conquista, na garupa de uma motocicleta. A ação foi praticada por um suposto grupo de extermínio nas mesma noite do crime.
Brito informou que muitas testemunhas reconheceram alguns dos membros da gangue. Para comprovar a participação dos policiais militares nos crimes, a força-tarefa vai solicitar exames periciais, comparação balística e exumação dos corpos. Também não está descartada a requisição de armas utilizadas por PMs lotados no 9º Batalhão, onde o soldado morto era lotado há dois anos.
As identificações dos supostos policiais teriam sido facilitadas porque, segundo moradores do Alto da Conquista, os homens não se preocuparam em esconder o rosto e alguns estavam com a farda da PM. “Os homens chegaram usando fardas da PM, arrebentando as portas e tirando os meninos de casa, durante a madrugada”, contou parente de uma vítima. “Outros entraram no bairro e chegaram às casas em carros particulares e viaturas padronizadas”, reforçou o procurador-geral.
TORTURA
Durante a operação clandestina, pessoas foram torturadas para informar sobre amigos, parentes ou integrantes da quadrilha de Jararaca, adolescente de 17 apontado como autor da morte do PM. Mesmo sem passagens pela polícia, mas apontados como pessoas ligadas ao suspeito, os policiais teriam colocado em porta-malas de veículos Mateus de Jesus Santos e Vanessa Santos Morais, ambos de 14 anos, Jocafre Marques Souza, 17, e Ozéias Belas de Oliveira, 15. Os três primeiros continuam desaparecidos. Ozéas, morto a tiros, teve o corpo localizado perto da BA-265. “Vamos apurar os desaparecimentos, as mortes e concluir as investigações o mais rápido possível”, disse Lidivaldo Britto.
Sete promotores vão acompanhar as apurações da força-tarefa da Polícia Civil e o andamento da investigação interna da PM. O grupo esteve no município esta semana e retornou a Salvador ontem.
Os trabalhos terão apoio da Procuradoria-Geral da República, por meio do procurador-chefe na Bahia, Danilo Dias, que não descarta a federalização das investigações.
Em nota-manifesto, o Conselho de Segurança de Vitória da Conquista (Coseg) condenou as acusações a PMs.
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