O fracasso previsível da COP15
Por José Maria Nóbrega Jr. – Historiador e Cientista Político, Pesquisador do NICC-UFPE
A disciplina das Relações Internacionais ensina que os países trabalham suas relações baseados em um trinômio básico: “força-poder-interesse”. Esse trinômio que, segundo o professor da Unicap Thales Castro afirma ser o dínamo das RIs, coloca como premissa a importância da economia para a consolidação do poder político dos países. Essas relações não são harmônicas e muito menos simétricas. Prevalece a assimetria, o desequilíbrio e a hegemonia de alguns poucos países, com destaque para a China e os EUA. Primeiro e segundo colocados no ranking dos mais poluentes do mundo. Justamente, as economias mais robustas e de maiores PIBs.
Em matéria vinculada na Revista Veja desta semana, sob o título de “Babel em Copenhague”, observa-se o fracasso da mega reunião entre mais de 120 chefes de estados e suas comitivas. Ronaldo França, que assina a matéria, assim coloca na página 130: “Parte do fracasso da COP15 deve-se ao complicadíssimo rito das reuniões da Organização das Nações Unidas, que precisam conciliar os interesses de quase 200 países, costurando as questões políticas e econômicas. A ideia de que os países partirão para a cruzada sem antes prestar atenção a seus interesses nacionais não se sustenta.” Afirmo: isso já era previsível!
Em todo este ano, dentro de sala de aula e fora dela, venho colocando a impossibilidade teórico-pragmática em se estabelecer metas antipoluentes aos países, sendo eles desenvolvidos ou em desenvolvimento. Partindo da premissa das RIs, a qual o que move as relações entre as nações é o trinômio força-poder-interesse, a conclusão que chego não pode ser de cooperação entre os países, mas de interesses particularistas que abrange a desconfiança entre os atores envolvidos. Enquanto o discurso e as razões dos ambientalistas seguem um caminho, os países disputam poder, tentam arrefecer as assimetrias que os afastam da hegemonia das grandes potências. Isso resulta em questões econômicas e políticas muito complexas que, dentro das Relações Internacionais, dificilmente acomodar-se-ão aos mais diversos interesses em jogo. Resultado: o jogo continua sendo jogado contra o meio-ambiente.
O Brasil, a Rússia, a Índia, e tantos outros países emergentes também querem a sua fatia no bolo. O discurso do “grande guia”, em se alavancar mais recursos para os países pobres para que os mesmos sejam responsáveis em suas emissões de CO2 e criar metas mais ousadas para os países ricos, é mais uma peça publicitária visando às eleições do ano que vem – uma tentativa de roubar o discurso de Marina Silva, candidata à presidência pelo Partido Verde. O que na verdade existe é uma disputa pelo poder, onde os mais diversos países tem o interesse de alcançá-lo.
A agenda ambiental está suspensa. Como Ronaldo França da Veja colocou: Copenhague foi um fiasco! Confusão, baderna e atores políticos atônitos, foi o resultado final. Nem uma foto para a prosperidade, pois todos fugiram com vergonha de seus pífios desempenhos. Lamentável, mas como disse anteriormente, facilmente previsível.
A disciplina das Relações Internacionais ensina que os países trabalham suas relações baseados em um trinômio básico: “força-poder-interesse”. Esse trinômio que, segundo o professor da Unicap Thales Castro afirma ser o dínamo das RIs, coloca como premissa a importância da economia para a consolidação do poder político dos países. Essas relações não são harmônicas e muito menos simétricas. Prevalece a assimetria, o desequilíbrio e a hegemonia de alguns poucos países, com destaque para a China e os EUA. Primeiro e segundo colocados no ranking dos mais poluentes do mundo. Justamente, as economias mais robustas e de maiores PIBs.
Em matéria vinculada na Revista Veja desta semana, sob o título de “Babel em Copenhague”, observa-se o fracasso da mega reunião entre mais de 120 chefes de estados e suas comitivas. Ronaldo França, que assina a matéria, assim coloca na página 130: “Parte do fracasso da COP15 deve-se ao complicadíssimo rito das reuniões da Organização das Nações Unidas, que precisam conciliar os interesses de quase 200 países, costurando as questões políticas e econômicas. A ideia de que os países partirão para a cruzada sem antes prestar atenção a seus interesses nacionais não se sustenta.” Afirmo: isso já era previsível!
Em todo este ano, dentro de sala de aula e fora dela, venho colocando a impossibilidade teórico-pragmática em se estabelecer metas antipoluentes aos países, sendo eles desenvolvidos ou em desenvolvimento. Partindo da premissa das RIs, a qual o que move as relações entre as nações é o trinômio força-poder-interesse, a conclusão que chego não pode ser de cooperação entre os países, mas de interesses particularistas que abrange a desconfiança entre os atores envolvidos. Enquanto o discurso e as razões dos ambientalistas seguem um caminho, os países disputam poder, tentam arrefecer as assimetrias que os afastam da hegemonia das grandes potências. Isso resulta em questões econômicas e políticas muito complexas que, dentro das Relações Internacionais, dificilmente acomodar-se-ão aos mais diversos interesses em jogo. Resultado: o jogo continua sendo jogado contra o meio-ambiente.
O Brasil, a Rússia, a Índia, e tantos outros países emergentes também querem a sua fatia no bolo. O discurso do “grande guia”, em se alavancar mais recursos para os países pobres para que os mesmos sejam responsáveis em suas emissões de CO2 e criar metas mais ousadas para os países ricos, é mais uma peça publicitária visando às eleições do ano que vem – uma tentativa de roubar o discurso de Marina Silva, candidata à presidência pelo Partido Verde. O que na verdade existe é uma disputa pelo poder, onde os mais diversos países tem o interesse de alcançá-lo.
A agenda ambiental está suspensa. Como Ronaldo França da Veja colocou: Copenhague foi um fiasco! Confusão, baderna e atores políticos atônitos, foi o resultado final. Nem uma foto para a prosperidade, pois todos fugiram com vergonha de seus pífios desempenhos. Lamentável, mas como disse anteriormente, facilmente previsível.
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