Por que o Brasil é tão diferente dos EUA?
José Maria Nóbrega
“Por que os Estados Unidos, único caso entre as sociedades industriais, não têm um movimento socialista significativo, ou um partido trabalhista?” (Richard Flarks, Making History: The radical tradition in American Life, N. York, Columbia Univ. Press, 1988). Os Estados Unidos são uma nação “excepcional”. O governo de Lula deu um aumento de 10% no Bolsa Família, plano assistencialista do governo que tem fins meramente eleitoreiros, que parece não ter intenção de ter um fim e que a sociedade acha muito natural a sua existência. Nos Estados Unidos, dificilmente existiria um programa parecido. A cultura neste caso mais que importa, ela é determinante.
Os Estados Unidos nasceram de um conflito entre colonos livres contra o despotismo do rei George III. A vitória dos colonos fortaleceu ainda mais o conceito de liberdade e igualdade política de seus cidadãos. Karl Marx morreu frustrado, pois achava que a nação mais desenvolvida economicamente iria, naturalmente, para o socialismo. Werner Sombart, seguidor do pensamento do filósofo alemão, afirmou: “se o socialismo moderno é uma reação necessária ao capitalismo, os Estados Unidos, país com o desenvolvimento capitalista mais avançado, deveriam ao mesmo tempo proporcionar o exemplo clássico do socialismo, e sua classe trabalhadora deveria apoiar o mais radical dos movimentos socialistas”. Mas, a conjuntura histórico-cultural da democracia norte-americana foi mais forte. O anti-estatismo dos americanos está enraizado em sua ossatura política. Há um forte rechaço dos cidadãos americanos, seja qual for sua inclinação partidária, ao papel do estado como interventor dos assuntos políticos e econômicos (Lipset e Marks, 2000).
No Brasil, a era varguista do estado interventor ainda não foi ultrapassada. Apesar dos avanços proporcionados pela democracia representativa, do Plano Real – maior evento histórico do século XX no Brasil, diga-se de passagem -, e das privatizações ocorridas em meados da década de noventa, o país ainda é refém de políticas assistencialistas e de um estado paternalista. Isto explica em parte nossa altíssima carga tributária, a necessidade incessante do governo em arrecadar e em manter uma política de superávit, e a loucura de um orçamento atachado a uma constituição que vincula gastos públicos a um piso mínimo de gastos. Aposentados que recebem sem nunca terem contribuído com um centavo, e outros que passaram a vida contribuindo e não tem correção correta de seus proventos. O Brasil para os pobres, mas de costas para a produção e para quem realmente é produtivo, ou seja, um país de costas para a meritocracia, tão cara ao povo norte-americano.
Alexis de Tocqueville, em 1831, observou que os Estados Unidos são um país “excepcional”, qualitativamente diferente de outras sociedades ocidentais como indica seu igualitarismo nas relações sociais, a produtividade econômica, as taxas elevadas de mobilidade social, a força da religião, a debilidade do Estado central, a história da sua democracia política, a litigiosidade e a ausência de resíduos feudais, especialmente de classes sociais fixas. Ou seja, a ausência de um impedimento de ascensão social entre as classes favoreceu aos norte-americanos um individualismo coletivo onde este fragilizou qualquer perspectiva de um estado centralizador responsável pela igualdade social. Esta igualdade foi justamente o motor propulsor da busca pelo sucesso individual que gerou uma das sociedades mais desenvolvidas do mundo contemporâneo.
A meritocracia, a cidadania como elemento fundamental, o estado não responsável pela desigualdade/igualdade social, mas sim o mercado, a história de luta contra o estatismo/despotismo inglês, a ojeriza ao socialismo real, foram pontos positivos para aquela sociedade. Enquanto a sociedade brasileira achar que o estado é o grande responsável pela distribuição de renda e pela solução da pobreza e da desigualdade neste país, avançaremos pouco rumo a uma sociedade moderna e modernizante. Temos, na verdade, de estimular o mérito, a concorrência intelectual, um estado mínimo que onere bem menos a classe produtiva desse país, com juros mais baixos e tributação moderada. Já sabemos por que não vingou o socialismo na sociedade estadunidense, e que ela avançou justamente por causa desse rechaço ao socialismo estatizante.
Os Estados Unidos nasceram de um conflito entre colonos livres contra o despotismo do rei George III. A vitória dos colonos fortaleceu ainda mais o conceito de liberdade e igualdade política de seus cidadãos. Karl Marx morreu frustrado, pois achava que a nação mais desenvolvida economicamente iria, naturalmente, para o socialismo. Werner Sombart, seguidor do pensamento do filósofo alemão, afirmou: “se o socialismo moderno é uma reação necessária ao capitalismo, os Estados Unidos, país com o desenvolvimento capitalista mais avançado, deveriam ao mesmo tempo proporcionar o exemplo clássico do socialismo, e sua classe trabalhadora deveria apoiar o mais radical dos movimentos socialistas”. Mas, a conjuntura histórico-cultural da democracia norte-americana foi mais forte. O anti-estatismo dos americanos está enraizado em sua ossatura política. Há um forte rechaço dos cidadãos americanos, seja qual for sua inclinação partidária, ao papel do estado como interventor dos assuntos políticos e econômicos (Lipset e Marks, 2000).
No Brasil, a era varguista do estado interventor ainda não foi ultrapassada. Apesar dos avanços proporcionados pela democracia representativa, do Plano Real – maior evento histórico do século XX no Brasil, diga-se de passagem -, e das privatizações ocorridas em meados da década de noventa, o país ainda é refém de políticas assistencialistas e de um estado paternalista. Isto explica em parte nossa altíssima carga tributária, a necessidade incessante do governo em arrecadar e em manter uma política de superávit, e a loucura de um orçamento atachado a uma constituição que vincula gastos públicos a um piso mínimo de gastos. Aposentados que recebem sem nunca terem contribuído com um centavo, e outros que passaram a vida contribuindo e não tem correção correta de seus proventos. O Brasil para os pobres, mas de costas para a produção e para quem realmente é produtivo, ou seja, um país de costas para a meritocracia, tão cara ao povo norte-americano.
Alexis de Tocqueville, em 1831, observou que os Estados Unidos são um país “excepcional”, qualitativamente diferente de outras sociedades ocidentais como indica seu igualitarismo nas relações sociais, a produtividade econômica, as taxas elevadas de mobilidade social, a força da religião, a debilidade do Estado central, a história da sua democracia política, a litigiosidade e a ausência de resíduos feudais, especialmente de classes sociais fixas. Ou seja, a ausência de um impedimento de ascensão social entre as classes favoreceu aos norte-americanos um individualismo coletivo onde este fragilizou qualquer perspectiva de um estado centralizador responsável pela igualdade social. Esta igualdade foi justamente o motor propulsor da busca pelo sucesso individual que gerou uma das sociedades mais desenvolvidas do mundo contemporâneo.
A meritocracia, a cidadania como elemento fundamental, o estado não responsável pela desigualdade/igualdade social, mas sim o mercado, a história de luta contra o estatismo/despotismo inglês, a ojeriza ao socialismo real, foram pontos positivos para aquela sociedade. Enquanto a sociedade brasileira achar que o estado é o grande responsável pela distribuição de renda e pela solução da pobreza e da desigualdade neste país, avançaremos pouco rumo a uma sociedade moderna e modernizante. Temos, na verdade, de estimular o mérito, a concorrência intelectual, um estado mínimo que onere bem menos a classe produtiva desse país, com juros mais baixos e tributação moderada. Já sabemos por que não vingou o socialismo na sociedade estadunidense, e que ela avançou justamente por causa desse rechaço ao socialismo estatizante.
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