Mais armas de fogo, menos mortes violentas intencionais
Mais armas de fogo, menos
mortes violentas intencionais
Por José Maria Nóbrega
Jr., cientista político
No Brasil, houve
crescimento de 55,7% no número de registros de novas armas de fogo entre 2017 e
2018. Foram 244.787 novas armas de fogo que entraram em circulação no país, uma
média de 122.394 novas armas de fogo ao ano.
Já as mortes violentas
intencionais (mvis) – que é a soma dos homicídios dolosos, das agressões
seguidas de morte da vítima, latrocínios, mortes decorrentes de intervenção
policial e mortes de policiais em serviços e fora de serviço – apresentou redução
de -10,2% período, em 2017 foram 63.880, e em 2018 foram 57.341 mvis.
Ou seja, tivemos mais
armas de fogo registradas legalmente com menos violência.
Gráfico
1. Certificados de Registro de Arma de Fogo (CRAF) Novos no SIGMA[1]
– 2017/2018
Em todos os estados
nordestinos, houve incremento no registro de novas armas de fogo, com destaque
a Alagoas que teve 210,5% de variação entre 2017 e 2018, com registros de 1.334
novas armas de fogo e um decréscimo de 21,03% nos mvis para o mesmo período.
unidades |
2017 |
2018 |
var % novas armas |
total |
média |
var % mvis |
correl var reg x var mvis |
Alagoas |
325 |
1.009 |
210,5 |
1.334 |
667 |
-21,03 |
-0,707 |
Bahia |
3.521 |
4.828 |
37,1 |
8.349 |
4.175 |
-9,07 |
|
Ceará |
3.555 |
5.548 |
56,1 |
9.103 |
4.552 |
-10,15 |
|
Maranhão |
647 |
1.256 |
94,1 |
1.903 |
952 |
-13,7 |
|
Paraíba |
362 |
714 |
97,2 |
1.076 |
538 |
-5,91 |
|
Pernambuco |
908 |
2.209 |
143,3 |
3.117 |
1.559 |
-23,16 |
|
Piauí |
352 |
705 |
100,3 |
1.057 |
529 |
-5,51 |
|
Rio Grande do Norte |
646 |
1.425 |
120,6 |
2.071 |
1.036 |
-18,22 |
|
Sergipe |
441 |
774 |
75,5 |
1.215 |
608 |
-11,53 |
Fontes:
Anuário Brasileiro de Segurança Pública (2019). FBSP. EDem.
O grande destaque vai
para a correlação entre as variações percentuais dos números de novas armas
registradas com as variações dos mvis em seus números absolutos entre 2017 e
2018 que apresentou R= - 0,707, com alta significância na associação inversa entre
os dois conjuntos de dados. Isso quer dizer que houve mais armas novas
registradas com menos violência o que contraria a tese na qual quando há mais
armas de fogo em circulação, há mais crimes violentos.
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