O semiautoritarismo venezuelano
Tragédia
Venezuela investiga motim em prisão que deixou mais de 50 mortos
(retirado do Jornal do Commercio On Line em 26.01.2013Entre as vítimas encontram-se presos, efetivos militares e guardiões do centro
Publicado em 26/01/2013, às 09h39
Da AFP
Foto: AFP
O governo venezuelano
ordenou a investigação de um motim ocorrido na prisão de Uribana, no
estado de Lara (noroeste), que, segundo o hospital que atendeu às
vítimas, deixou na sexta-feira ao menos 50 mortos, em um dos episódios
mais violentos das últimas décadas nas superlotadas prisões do país.
"Há saldos lamentáveis, ocorreu uma
situação de confusão trágica que nós lamentamos", disse o
vice-presidente Nicolás Maduro ao anunciar a abertura de três
investigações por parte das autoridades públicas para esclarecer o que
ocorreu.
O governo não forneceu até o momento um
número de vítimas, mas, segundo o diretor do Hospital Central Antonio
María Pineda, Ruy Medina, foram registrados ao menos 50 mortos e 90
feridos.
"Às 20h00 locais (de sexta-feira),
tínhamos um valor indicativo de 90 feridos, a maioria deles por arma de
fogo, com um número verdadeiramente alarmante de pelo menos 50 mortos,
que eram os que repousavam no hospital central", disse Medina.
"Desde as 11h00 da manhã (...)
começaram a entrar no hospital central, na emergência, feridos
procedentes da prisão de Uribana (...) durante o dia operamos 14 dos
feridos, que exigiram cirurgia", detalhou.
Anteriormente, a ministra de Assuntos
Penitenciários, Iris Varela, havia anunciado na rede de televisão
estatal VTV que uma busca por armas havia provocado um motim de um
grupo de presos armados, que "atacaram os efetivos da Guarda Nacional
com um lamentável saldo de atingidos", sem informar o número exato.
Entre as vítimas encontram-se presos,
efetivos militares e guardiões do centro, disse Varela, que prometeu um
relatório detalhado quando as autoridades tiverem o controle absoluto
da prisão.
Imagens de meios de comunicação locais
mostraram barricadas da Guarda Nacional nos arredores da prisão, réus
sendo levados com suas roupas ensanguentadas e familiares dos presos -
principalmente mulheres - chorando desconsolados à espera de notícias.
A ação governamental para o
desarmamento total dos reclusos começou depois que as autoridades
souberam de supostos "ajustes de contas entre as facções internos que
disputam o controle do centro", disse Varela, que culpou a rede de
televisão privada Globovisión e outros meios de detonar a violência ao
divulgar a operação antes que ela fosse levada adiante.
Maduro, por sua vez, disse que o
governo tomará as "medidas corretivas", ao mesmo tempo em que assegurou
que o processo de regularização das prisões vai continuar para acabar
com a violência nestes locais.
"Em quem vão jogar a culpa por este
novo massacre em uma prisão de nosso país? Governo incapaz e
irresponsável", criticou no Twitter o líder opositor Henrique Capriles
Radonski, acrescentando que recebeu ligações de familiares dos presos
desesperados.
O diretor da ONG Observatório
Venezuelano de Prisões (OVP), Humberto Prado, lamentou, por sua vez, que
o "Estado venezuelano não tenha assumido até o momento sua
responsabilidade no incidente" e tenha, pelo contrário, "culpado os
meios de comunicação", lembrando que Uribana encontra-se sob medidas
provisórias de proteção da Corte Interamericana de direitos Humanos
desde 2006.
"A Corte Interamericana ordenou ao
Estado venezuelano que mais nem um interno poderia morrer neste centro,
mas, lamentavelmente, o Estado venezuelano não cumpriu e, pelo
contrário, ocorre um episódio de violência tão grave", acrescentou
Prado à AFP.
Segundo dados da OVP, Uribana foi
projetada para abrigar 850 detentos, mas "tem cerca de 2.500
atualmente". Além disso, segundo a ONG a prisão se caracteriza por
abrigar os violentos "coliseus", nos quais os presos se enfrentam com
armas brancas como diversão e como forma de ganhar prestígio.
As prisões venezuelanas sofrem com
problemas de insalubridade, superlotação e violência, e, em muitos
casos, são controladas por grupos de presos fortemente armados, que
constantemente provocam confrontos internos.
Em agosto do ano passado, ao menos 25
pessoas faleceram e outras 43 ficaram feridas em um confronto entre
facções na prisão de Yare I, perto de Caracas.
Em junho de 2011, um sangrento motim na
prisão do Rodeo, também perto da capital, deixou cerca de trinta
mortos e vários presos foragidos.
Buscando atender aos problemas
carcerários, foi criado o ministério dos Assuntos Penitenciários em
julho de 2011, mas, segundo ativistas de direitos humanos, no primeiro
ano de seu funcionamento mais de 500 presos morreram e ao menos 1.200
ficaram feridos, o que superou os números dos anos anteriores.
É no mínimo piada falar de "autoritarismo venezuelano". De 1999 para cá, a Venezuela se DEMOCRATIZOU, porque antes disso foi governada por uma oligarquia político-financeira, parasita da renda petroleira, que se mantinha no poder por repressão política e criminal brutal, fraudes eleitorais, clientelismo e promessas vazias. Com o "chavismo", a Venezuela não apenas redistribuiu riquezas e expandiu a educação e saúde, como também aperfeiçou o sistema eleitoral. Como diabos se pode falar de "semiautoritarismo", quando nem sequer os golpistas que sequestraram o presidente Chavez em 2002 estão na cadeia? Experimente fazer a mesma coisa nos Estados Unidos, tentar um golpe de Estado com apoio estrangeiro. Você vai direto para a cadeia e rapidamente condenado à morte. A acusação de "ditador" contra Chavez é uma dupla moral ridícula para demonizar um governante que tem REALMENTE se empenhado, com apoio da maioria absoluta do povo, para construir uma democracia substancial, e não apenas um arremedo formalista.
ResponderExcluirhttps://josemarianobrega.blogspot.com/2017/08/o-semi-autoritarismo-venezuelano.html
ExcluirLeia o conceito para depois criticar. https://josemarianobrega.blogspot.com/2017/08/o-semi-autoritarismo-venezuelano.html
ExcluirA minha análise sempre é feita em cima de conceitos válidos da Ciência Política. Seu ponto de vista é muito radical e desrespeitoso. Faça o seguinte: escreva algo que tenha alguma consistência teórico-metodológica e publique. Seus argumentos são fracos demais.
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