Para que servem as pesquisas?
Diário de Pernambuco, 26/06
http://www.diariodepernambuco.com.br/2010/06/26/opiniao.asp
Adriano Oliveira // Doutor em Ciência Política
adrianopolitica@uol.com.br
Pesquisas eleitorais servem para evidenciar a opinião do eleitor sobre algo em dado instante. Elas apontam tendências e sugerem prognósticos. As pesquisas possibilitam a construção de estratégias de comunicação. Críticas às pesquisas eleitorais são corriqueiras. Elas precisam, necessariamente, existir. No entanto, as críticas devem ser realizadas por pessoas gabaritadas. Denúncias contra institutos de pesquisas ocorrem, mas são geralmente vazias, pois são motivadas meramente por insatisfação de alguém. Imprensa, políticos e eleitores, quando estão diante dos dados de uma pesquisa, procuram, em primeiro lugar, verificar quem está na frente. Alguns destes atores, em razão de algum tipo de envolvimento com o candidato ou por identificação ideológica, chegam a dizer que a pesquisa está errada, pois o percentual de votos do seu candidato é muito superior ao que ela aponta. Pesquisas são geralmente comparadas.
A pesquisa do instituto X mostra que o candidato Z tem 64% de intenção de votos. E outro instituto evidenciou que este mesmo candidato tem 58% de intenção de votos. Diante desta diferença, o crítico não se preocupa em comparar as metodologias. E em fazer algo simples: verificar os períodos da realização das pesquisas. É factível comparar pesquisas. Contudo, deve-se verificar a margem de erro e o período da realização de cada uma delas. A análise do conjunto de pesquisas possibilita que o analista aponte as tendências do eleitorado. São estas, por sua vez, que evidenciarão as chances de vitória do candidato. No entanto, não basta apenas apontar a tendência.
É necessário identificar as razões do desempenho de cada candid ato. A literatura acadêmica brasileira mostra que administração bem avaliada, preferência partidária, ideologia, bem-estar econômico do eleitor e guia eleitoral são variáveis que podem incentivar a escolha eleitoral. É possível verificar os efeitos destas variáveis através de pesquisas. Por consequência, predições eleitorais podem ser realizadas. As predições são construídas através da formulação de cenários, os quais podem ser eliminados pelo analista no decorrer da trajetória eleitoral em razão das diversas pesquisas que atestam ou não a influência das variáveis citadas. É importante salientar que existem as pesquisas quantitativas e qualitativas. As primeiras servem para verificar a intenção de votos e as razões do comportamento do eleitor.
A pesquisa qualitativa não revela a intenção de votos, mas identifica os motivos que levam o eleitor a votar em dado candidato. Elas também identificam o desejo do eleitor quanto às suas necessidades e as características destes.
Com isto, é possível adequar o discurso e a imagem do candidato às aspirações do eleitorado. As pesquisas eleitorais - quantitativas e qualitativas - servem, portanto, quando aplicadas adequadamente e analisadas corretamente, para decifrar o comportamento do eleitor e prognosticar resultados. Os institutos de pesquisas, inclusive, não devem ter receio de apontar,no momento adequado, quem deve ser o vencedor da disputa.
Doutor Adriano Oliveira
Professor Adjunto do Departamento de Ciência Política (UFPE)
http://www.diariodepernambuco.com.br/2010/06/26/opiniao.asp
Adriano Oliveira // Doutor em Ciência Política
adrianopolitica@uol.com.br
Pesquisas eleitorais servem para evidenciar a opinião do eleitor sobre algo em dado instante. Elas apontam tendências e sugerem prognósticos. As pesquisas possibilitam a construção de estratégias de comunicação. Críticas às pesquisas eleitorais são corriqueiras. Elas precisam, necessariamente, existir. No entanto, as críticas devem ser realizadas por pessoas gabaritadas. Denúncias contra institutos de pesquisas ocorrem, mas são geralmente vazias, pois são motivadas meramente por insatisfação de alguém. Imprensa, políticos e eleitores, quando estão diante dos dados de uma pesquisa, procuram, em primeiro lugar, verificar quem está na frente. Alguns destes atores, em razão de algum tipo de envolvimento com o candidato ou por identificação ideológica, chegam a dizer que a pesquisa está errada, pois o percentual de votos do seu candidato é muito superior ao que ela aponta. Pesquisas são geralmente comparadas.
A pesquisa do instituto X mostra que o candidato Z tem 64% de intenção de votos. E outro instituto evidenciou que este mesmo candidato tem 58% de intenção de votos. Diante desta diferença, o crítico não se preocupa em comparar as metodologias. E em fazer algo simples: verificar os períodos da realização das pesquisas. É factível comparar pesquisas. Contudo, deve-se verificar a margem de erro e o período da realização de cada uma delas. A análise do conjunto de pesquisas possibilita que o analista aponte as tendências do eleitorado. São estas, por sua vez, que evidenciarão as chances de vitória do candidato. No entanto, não basta apenas apontar a tendência.
É necessário identificar as razões do desempenho de cada candid ato. A literatura acadêmica brasileira mostra que administração bem avaliada, preferência partidária, ideologia, bem-estar econômico do eleitor e guia eleitoral são variáveis que podem incentivar a escolha eleitoral. É possível verificar os efeitos destas variáveis através de pesquisas. Por consequência, predições eleitorais podem ser realizadas. As predições são construídas através da formulação de cenários, os quais podem ser eliminados pelo analista no decorrer da trajetória eleitoral em razão das diversas pesquisas que atestam ou não a influência das variáveis citadas. É importante salientar que existem as pesquisas quantitativas e qualitativas. As primeiras servem para verificar a intenção de votos e as razões do comportamento do eleitor.
A pesquisa qualitativa não revela a intenção de votos, mas identifica os motivos que levam o eleitor a votar em dado candidato. Elas também identificam o desejo do eleitor quanto às suas necessidades e as características destes.
Com isto, é possível adequar o discurso e a imagem do candidato às aspirações do eleitorado. As pesquisas eleitorais - quantitativas e qualitativas - servem, portanto, quando aplicadas adequadamente e analisadas corretamente, para decifrar o comportamento do eleitor e prognosticar resultados. Os institutos de pesquisas, inclusive, não devem ter receio de apontar,no momento adequado, quem deve ser o vencedor da disputa.
Doutor Adriano Oliveira
Professor Adjunto do Departamento de Ciência Política (UFPE)
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